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Advogar é defender e contrariar interesses.

Advogar é defender e contrariar interesses. Assumir lado e, por consequência, se expor. Nós, que há mais de 30 anos defendemos trabalhadores conhecemos bem a situação.

Quando lutamos por direitos sonegados nos acusam prejudicar as empresas e atrasar o país. Mas estão errados. 

Quando buscamos benefícios previdenciários mínimos, reparações de segurados e pensionistas enfermos junto ao INSS nos dizem que vamos quebrar a Previdência Pública. Mas estão errados.

Quando vamos ao Judiciário em favor de participantes de fundos de pensão que tem seus contratos alterados unilateralmente contra si e contra os benefícios para os quais contribuíram a vida toda também nos acusam de levar à falência a previdência. Mas estão errados. O advogado não pode ser covarde, ter medo de ir contra a corrente.

Agora, em meio aos desdobramentos da operação Lava Jato quase todos aplaudem as prisões sem base legal, os vazamentos seletivos, os constrangimentos públicos e humilhações dos acusados (mas não julgados), dos corruptos confessos e arrependidos recentes ou daqueles que o Ministério Público, parte do Judiciário e a esmagadora maioria da mídia resolveram por antecipação sua culpa. Mas estão errados. E se deve dizer isso em alto e bom som.

Não há uma cruzada por Justiça neste país, o que há é o atropelo das normas e dos mais sagrados direitos – de defesa, de presunção de inocência e ao devido processo legal. Se nada for feito e outras vozes não se fizerem ouvir, amanhã, quando estiverem eliminados da vida pública os “inimigos da vez” e aqueles que sempre ditaram as normas no país voltarem a fazer o que sempre fizeram, essa “nova ordem jurídica” vai se voltar também contra os trabalhadores, os aposentados, os pensionistas, os pobres.

Como bem disse recentemente o ministro do STF Marco Aurélio Mello “o chicote muda de mão”.

Não nos calamos no passado e também não nos calaremos agora.

Escritório de Direito Social